[DES]CONSTRUINDO A VIDA

10.26.2006

Progressão

Hoje sinto-me confortável a dissertar acerca dos sentimentos.
Nessa viagem é natural perceber-se perdido,

mas tenha em verdade que o caminho já é um velho conhecido.

Somos soberanos em nossas emoções,
entendemos cada refúgio que a linguagem possa descrever.

Ainda que em certos momentos, nos faltem palavras.

Se falas em amor.
Entendemos as venturas e desventuras dele, sabemos a cor de sua apresentação e o aroma da sua chegada, bem como o odor da sua triste ida.


Se falas na angústia.
Sabemos a intensidade dessa dor não sentida.

O tamanho do vazio inominável.

Se fala até mesmo no ódio.
Infelizmente, também, já provamos desse destempero

e o seu gosto amargo e opressor.
Daqueles que travam a boca e o peito,
prendem a respiração e desfazem o nexo.

Se falas em tristeza.
Juntamos pitadas de decepção e até mesmo alguma racionalidade e

aí fica o sabor rançoso de sua estada.

Se falas da alegria.
Ah, que coisa leve e açucarada.
Irradiados, como se tivesse em corrente elétrica e

esboçamos um sorriso de quem tem o peito livre.

Como é maravilhoso ser o humano.

Encarar esse desafio e mergulhar nesse imenso caldeirão.
Suscitar ensinamentos e aprendizados.
E claro,
provar os mais celestiais sabores e até mesmo os ignóbeis gostos.


Entender que, em nossa gênese há um milhão de coisas.

Desvendar a nós mesmos e com isso entender e poupar aos outros.

Superar nossas mesquinharias interiores e acordar com a mente rejuvenescida.

Até mesmo chorar e entender o gosto que fica na boca após borbulhas de lágrimas.
Evitando perpetuar esse sabor. Respeitando o caminho da felicidade a todos os seres.


Sorrir e sentir na face, bem como na alma inteira o calor destinado aos puros.

Em si, por si e pelo Todo ser livre.

Libertados pela consciência de que fomos melhores a cada passo de nossa jornada.

Caminhando pela senda do inexorável progresso comum a tudo que vive.

Abian M. Laginestra


*

Esse belo texto [do pequeno grande Abian!!!] já deveria ter sido colocado em meu diário! :-)

*

Não quero sobreviver [em minha vida] e sim a vivê-la de verdade...

Juliana Lopes

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